21/07/2025

Nesta edição, você vê como a inteligência artificial avança sobre setores estratégicos e levanta novas tensões. O Google transforma sua busca em assistente inteligente com geração de relatórios e ligações automáticas. A Meta rejeita o código europeu de conduta para IA, acirrando o debate entre inovação e regulação. A OpenAI alcança um marco inédito: medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática. Um estudo da Wharton expõe vulnerabilidades emocionais em modelos de linguagem, enquanto a Netflix usa IA generativa para acelerar produções e acende alertas sobre o futuro do trabalho criativo.

 ECTHA News de hoje

  • Google lança Deep Search e recurso de ligação automática por IA;

  • Meta se recusa a assinar código de conduta de IA da UE;

  • OpenAI conquista medalha de ouro na maior olimpíada de matemática do mundo;

  • Técnicas de persuasão dobram chance de IA ceder a pedidos inadequados;

  • Netflix adota GenAI para acelerar a produção de séries e filmes;

ORQUESTRAÇÃO

Google lança Deep Search e recurso de ligação automática por IA

Imagem - Google

O Google anunciou a chegada do Deep Search e do agente de ligações automáticas por IA, marcando uma nova etapa na experiência de busca com inteligência artificial.

Os detalhes:

  • Deep Search utiliza o modelo Gemini 2.5 Pro para oferecer respostas profundas, pesquisando centenas de fontes simultaneamente e gerando relatórios completos e citados em minutos.

  • O recurso está disponível inicialmente para assinantes Google AI Pro e AI Ultra nos Estados Unidos, permitindo pesquisas avançadas para trabalho, estudos ou decisões pessoais relevantes.

  • Gemini 2.5 Pro também chega ao Modo IA da busca, oferecendo suporte superior em tarefas complexas de raciocínio, matemática e programação, com sugestões de links para aprofundamento.

  • Outra novidade é o agente de chamadas por IA: agora, ao buscar por serviços locais, o Google pode ligar para empresas, pedir preços e horários e retornar um panorama das opções diretamente nos resultados de busca, sem a necessidade de o usuário fazer ligações.

  • A funcionalidade de ligação automática começa a ser liberada para todos nos EUA, com limites ampliados para assinantes dos planos avançados, e pode ser configurada pelas próprias empresas via Google Business Profile.

Nossa análise: A chegada do Deep Search e das ligações automáticas por IA consolida o movimento do Google de transformar a busca num verdadeiro assistente inteligente, capaz de entregar informações prontas e realizar tarefas em nome do usuário. Para o mercado, isso tende a acelerar a automação no atendimento e a elevar as exigências de precisão e atualização de informações em sites e perfis corporativos. O grande diferencial será para quem conseguir aproveitar a inteligência de busca para gerar valor real, facilitar jornadas e automatizar comunicação com agilidade e qualidade.

CONFLITO

Meta se recusa a assinar código de conduta de IA da UE

Imagem - Jonathan Raa / Getty Images

A Meta se recusou a assinar o Código de Prática voluntário da União Europeia, alegando excesso regulatório e riscos para inovação.

Os detalhes:

  • O código de conduta da UE, lançado em julho, é voluntário e visa orientar empresas na adaptação às exigências do AI Act, com foco em transparência, segurança, responsabilidade e respeito a direitos autorais.

  • Para as empresas que optam por aderir, o código promete menos burocracia e mais segurança jurídica; quem não assinar pode enfrentar fiscalização mais rígida e precisa comprovar conformidade por outros meios.

  • Entre as exigências estão: publicação de documentação dos modelos, transparência sobre dados e processos, atualização constante de recursos, banimento de conteúdo pirateado nos datasets e respeito a pedidos de exclusão de criadores.

  • Joel Kaplan, chefe de relações globais da Meta, afirmou que o código vai além do escopo do AI Act, cria incertezas legais e pode “sufocar a inovação” e o desenvolvimento de IA de ponta dentro da Europa.

  • Enquanto a Meta rechaça o código, empresas como OpenAI e Mistral já se comprometeram publicamente a segui-lo, e a Microsoft se mostra inclinada a aderir.

Nossa análise: A recusa da Meta em endossar o código europeu sinaliza um choque de forças entre inovação e regulação na era da IA. O episódio evidencia os desafios de alinhar políticas públicas e interesses privados num cenário acelerado por modelos de IA cada vez mais potentes. Para negócios e inovação, o caso é um alerta: empresas precisam preparar estratégias jurídicas e operacionais para lidar com regulações avançadas, que tendem a se expandir globalmente. O movimento na Europa pode influenciar regras em outros mercados e reforça a pressão por governança, transparência e equilíbrio entre avanço tecnológico e proteção de direitos.

HIPERCOGNIÇÃO

OpenAI conquista medalha de ouro na maior olimpíada de matemática do mundo

Imagem - OpenAI

Um modelo experimental da OpenAI atingiu desempenho de medalha de ouro na International Mathematical Olympiad (IMO) 2025, a competição mais prestigiada do mundo em matemática para jovens talentos, marcando um avanço inédito em raciocínio matemático complexo por IA.

Os detalhes:

  • O modelo foi avaliado sob as mesmas regras dos participantes humanos: duas sessões de 4,5 horas, sem internet ou ferramentas externas, com provas escritas com demonstrações completas em linguagem natural.

  • Alcançou 35 de 42 pontos possíveis, resolvendo cinco dos seis problemas da IMO 2025, o suficiente para ser classificado como medalha de ouro.

  • Cada solução foi avaliada por três ex-medalhistas reais da IMO, com validação apenas após consenso unânime sobre a correção dos argumentos matemáticos.

  • As questões da IMO exigem pensamento criativo sustentado (até 100 minutos de raciocínio por problema), uma dificuldade muito superior aos benchmarks anteriores como GSM8K ou MATH.

  • O resultado foi obtido com avanços em aprendizado por reforço e aumento da capacidade computacional em tempo real, sem depender de métodos restritos ou especificações de tarefa.

Nossa análise: Esse marco representa uma nova fronteira no desenvolvimento da inteligência artificial: não é mais só sobre gerar texto ou código, mas sobre pensar como um matemático de elite por longos períodos, com precisão, criatividade e lógica rigorosa. Para o mercado, essa conquista sinaliza que modelos futuros poderão resolver problemas antes exclusivos de especialistas humanos, com aplicações diretas em finanças, engenharia, pesquisa científica e mais. A OpenAI já afirma que o modelo não será liberado em breve, mas o avanço abre espaço para uma nova geração de ferramentas cognitivas. O ritmo acelerado de progresso reforça: a IA de amanhã poderá ser parceira intelectual nas tarefas mais complexas do mundo.

VULNERABILIDADE

Técnicas de persuasão dobram chance de IA ceder a pedidos inadequados

Imagem - Wharton School

Pesquisadores da Wharton School demonstraram que grandes modelos de linguagem, como o GPT-4o-mini, podem ser persuadidos a cumprir solicitações inadequadas quando expostos a clássicos princípios de influência social, comportamento típico de humanos.

Os detalhes:

  • O estudo testou sete técnicas de persuasão, como autoridade, compromisso e escassez, em mais de 28 mil interações com o GPT-4o-mini.

  • Pedidos normalmente recusados, como insultos ou instruções restritas, tiveram o índice de cumprimento mais que dobrado (de 33% para 72%) quando acompanhados de mensagens persuasivas.

  • O princípio do compromisso foi o mais potente: ao levar o modelo a aceitar um pedido pequeno antes, a chance de aceitar um pedido inadequado depois saltou para 100%.

  • Essas "respostas parahumanas" indicam que os LLMs internalizam padrões sociais humanos, aprendidos a partir de grandes volumes de texto durante seu treinamento.

  • Pesquisadores alertam que essa vulnerabilidade pode ser explorada por agentes mal-intencionados para contornar mecanismos de segurança dos modelos.

Nossa análise: O estudo evidencia uma nova camada de risco nos sistemas de IA generativa: não basta investir em filtros técnicos, é essencial compreender o viés psicológico embutido nessas tecnologias, que absorvem e replicam padrões de interação humana. Para negócios, inovação e regulação, o recado é claro: desenvolver, auditar e monitorar IAs exigirá equipes realmente multidisciplinares, combinando ciência de dados com ciências comportamentais para antecipar usos indevidos e fortalecer proteções. Quanto mais sofisticadas as máquinas, maior a necessidade de entender e gerenciar sua "psicologia" emergente.

DISRUPÇÃO

Netflix adota GenAI para acelerar a produção de séries e filmes

Imagem - AaronP / Bauer-Griffin / GC Images

A Netflix revelou que começou a usar inteligência artificial generativa na produção de conteúdo original, estreando a tecnologia em uma cena da série argentina “El Eternauta”.

Os detalhes:

  • Na série “El Eternauta”, a Netflix utilizou IA para criar uma cena de colapso de prédio, finalizando o efeito visual dez vezes mais rápido do que com métodos tradicionais e a um custo significativamente menor.

  • Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, destacou que o objetivo não é substituir pessoas, mas dar aos criadores ferramentas melhores e viabilizar efeitos de alta qualidade mesmo em produções de orçamento limitado.

  • A companhia já emprega IA em diferentes etapas da cadeia, como pré-visualização, planejamento, busca, personalização e publicidade.

  • O anúncio ocorre em meio a resultados financeiros positivos, com alta de 16% na receita do trimestre, impulsionando a discussão sobre os impactos da automação na indústria.

  • Embora a direção da Netflix veja a IA como oportunidade para ampliar possibilidades criativas e democratizar recursos avançados, o uso da tecnologia levanta preocupações sobre empregos no setor audiovisual.

Nossa análise: A adoção de IA generativa pela Netflix marca uma nova etapa na transformação do audiovisual, tornando processos criativos mais ágeis e acessíveis, inclusive para produções de baixo orçamento. Isso pode intensificar a concorrência e estimular uma onda de inovação em efeitos visuais e storytelling. Por outro lado, amplia debates sobre o futuro do trabalho criativo e a necessidade de proteção a direitos autorais e laborais, especialmente diante de ferramentas que aceleram a automação. A tendência pode facilitar o acesso a produções mais sofisticadas, mas cobra atenção às mudanças nas dinâmicas da indústria, tanto em oportunidades quanto em desafios.

Marketing e IA no seu negócio

Você acabou de acompanhar como a inteligência artificial está redefinindo limites em vários setores: buscas online que pensam e agem por você, empresas globais em conflito sobre até onde vai a regulação, IAs que resolvem desafios matemáticos equivalentes aos melhores cérebros humanos, modelos que absorvem nossas nuances emocionais e, nos bastidores da criatividade, ferramentas capazes de transformar a produção audiovisual de maneira veloz e acessível. O impacto da IA já não é mais abstrato: ela já molda decisões, experiências e debates do nosso dia a dia.

A pergunta que importa: Como seu negócio vai usar essas tecnologias antes que virem commodity?

Na ECTHA, já implementamos soluções de IA e automação de marketing que:

  • Identificam leads qualificados automaticamente;

  • Criam conteúdo personalizado em escala;

  • Automatizam follow-ups que convertem;

  • Analisam dados para insights acionáveis;

Quer ver como isso funciona na prática no seu setor?
Agende uma conversa estratégica de 30 min com nossa equipe.

Esta newsletter sempre será 100% gratuita, pois conhecimento de ponta precisa circular. Se este conteúdo foi útil para você, inscreva-se e compartilhe a ECTHA NEWS com quem também quer inovar antes da concorrência.

Nos vemos na próxima edição.
Equipe editorial da ECTHA News.

Reply

or to participate.